Elizethe Helena Borghetti (Lou Borghetti)
O ano de 2020, marcado pela explosão da pandemia do Coronavirus19, trouxe-nos a triste notícia do prematuro falecimento de Lou Borghetti, artista gaúcha nascida em Chapada, RS, em janeiro de 1955. Sua carreira como pintora foi notável, não somente pelo conjunto de uma obra de densa unidade como também pelas atividades que a artista desenvolveu em seu ateliê, como professora de pintura. Naquele alegre espaço, conduzido pelo entusiasmo de Lou, passaram duas gerações de alunos e alunas, alguns dos quais hoje reconhecidos no mercado da arte nacional. Cito, como exemplo, Lya Luft, escritora e tradutora brasileira que, já em sua idade madura, recebeu de Lou os primeiros ensinamentos da pintura que hoje faz parte indissociável de sua vida. Pela arte de Lya, muito se pode ver a alma sempre presente de nossa homenageada nesta feliz lembrança da Coordenadoria de Artes Plásticas da Prefeitura de Porto Alegre, da qual Lou foi titular em 2016. Nossa homenageada ganhou solida influência a partir de importantes mestres, dentre os quais Plinio Bernhardt, Danúbio Gonçalves, Renina Katz e Fernando Báril. Foi também aluna e assistente do consagrado Iberê Camargo que, no ateliê da artista, em 1984, produziu murais para a Funarte. A obra de Lou Borghetti , constante de acervos em importantes museus nacionais e estrangeiros, ganha especial relevância na década de 1990, com a apresentação do conjunto chamado “Cartografia Missioneira”, e, mais tarde , é coroada com a série conhecida como “Possíveis Paisagens”, ora em catalogação para uma mostra póstuma, com lançamento de um livro, a ser realizada em 2021. Em 2006 a artista recebeu a Medalha Iberê Camargo, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Hoje recebe a justa e bem lembrada homenagem da Prefeitura de Porto Alegre que reverencia a memória de tão estimada personalidade de nossa Cultura por ocasião do Prêmio Açorianos de 2020.